A História da Dança



A dança é considerada uma das mais antigas e principais artes cênicas do mundo.

Na pré-história, dançava-se pela vida, pela sobrevivência, o homem evoluiu e a dança obteve características sagradas, os gestos eram místicos e acompanhavam rituais de fertilidade, de consagração aos deuses e muitos outros significados, a maioria deles ligados a cultos.

Existem registros de que já no Antigo Egito realizavam-se danças em ocasiões especiais como a consagração de um faraó e casamentos. Na Grécia, a dança também era usada em rituais, mas estava principalmente vinculada aos jogos, em especial aos olìmpicos, ela ajudava nas lutas e conquistas e no alcance da perfeição do corpo por soldados, sendo mais tarde incorporada ao teatro.

Já na Idade Média, por estar associada à rituais pagãos e ao culto ao corpo, foi considerada  profana e provocadora pela Igreja, vindo a ressurgir na época dos grandes bailes do Renascimento.

A dança é uma arte repleta de história e essa história acompanha a evolução das artes visuais, da música e do teatro., enfim, do homem.

-Dança na Pré-História

A dança sempre esteve associada às práticas mágicas, místicas do homem, com o desenvolvimento e evolução da civilização, ela acabou sendo dissociada de rituais e tornou-se uma arte por si só.

O homem dançava pela sobrevivência, dançava para a natureza para pedir mais alimentos, água e também em forma de agradecimento. A dança era quase um instinto e esses acontecimentos tão bem quanto as danças, foram registrados nas paredes de cavernas em forma de desenhos, ficaram conhecidos como arte rupestre.

O homem primitivo pintava nas paredes das grutas, cavernas e galerias subterrâneas cenas de caça e rituais que representavam a caçada. Pareciam acreditar ser possível, pela representação pictórica, alcançar determinados objetivos, como abater um animal, por exemplo.

-Danças nas antigas civilizações

Logo após o homem ter se desenvolvido e se agrupado em sociedades, a dança continuou a fazer parte de seu dia-a-dia. Egito, Mesopotâmia, Assíria, Grècia, todas essas civilizações tiveram a dança como uma das principais formas de arte de seu tempo.

Egito: a dança no antigo Egito era ritualística e tinha características sagradas. Dançava-se para os Deuses, para o faraó (que era considerado um deus) em casamentos e funerais.

Grécia: a dança originou-se de rituais religiosos, os gregos acreditavam no seu poder mágico, assim os vários deuses gregos eram cultuados de diferentes maneiras. As danças preparavam fisicamente os guerreiros e sempre eram feitas em grupos. A dança era muito difundida na Grécia Antiga, importante no teatro, a dança se manifestava por meio do coro.

Roma: a dança entra em decadência, pois era considerada prática barata usada para sedução e sofre grande julgamento e perseguição do Cristianismo, que estava se instaurando na época. 

Idade Média: nesse período, a dança, como todos os outros movimentos artísticos, sofreu um retrocesso. A dança, pelo fato de se utilizar do corpo como expressão, e por ter sido muito utilizada em rituais pagãos, foi considerada profana pela Igreja. Porém, continuou sendo praticada pelos camponeses.



 - Ressureição da dança

No período conhecido como Renascimento ou Renascença, compreendido entre o fim do século XIII e meados do século XVII,  a dança ressurge com pompa e circunstância.

Passa a ser apreciada pela nobreza, adquirindo um aspecto social e tornando-se mais complexa. Especialistas passam a desenvolver estudos específicos sobre esta arte e daí surge o BALLET.

 Até essa época, a dança era algo improvisado e instintivo. Foi só a partir do Renascimento, que passa de atividade lúdica, de divertimento, para uma forma mais disciplinada, repleta de códigos de postura, passos específicos e repertórios de movimentos estilizados.

O uso do termo balé, na época balleto, significa um conjunto de ritmos e passos.

 A moda do balleto foi uma FEBRE na Itália se espalhou também pela França durante todo século XVI.

O século XVII é considerado o grande século do balé, quand ele sai dos salões e transfere-se para os palcos, dando origem, assim, aos espetáculos de dança como conhecemos hoje.

A partir do século XVIII o drama-balé-pantomima é executado nos palcos dos teatros por verdadeiros profissionais de ambos os sexos. A dança adquire todo o seu esplendor, com ricos e belos cenários e figurinos. O balé passa a contar uma história com começo, meio e fim, surgem os grandes ballets de repertório que dançamos hoje.

Romantismo: o termo e a noção cultural de Romantismo é finalmente absorvida pelo balé que, até então, falava apenas sobre histórias folclóricas,  fadas, bruxas e feiticeiras.

Procurou-se nesta fase, recuperar a harmonia entre o homem e o mundo. É nessa época, praticamente no século XVIII, que os bailarinos começam a usar sapatilhas, completando assim a revolução do balé.

Na segunda metade do século XIX, porém, uma mulher novamente iria revolucionar toda a história da dança, era Isadora Duncan, provocando uma imensa renovação no balé com uma dança mais livre, mais solta, mais ligada à vida real e ao instinto do homem.

- Dança Moderna

A dança moderna, introduzida por Isadora Duncan,  veio para romper com a formalidade e rigidez do balé. Os bailarinos trabalham mais livres, porém não se desligaram completamente com a estrutura do balé clássico, pois ela é importante para a formação de qualquer gênero de bailarino.

 Os movimentos corporais são muito mais explorados, existe um grande estudo das possibilidades motoras do corpo humano. Solos de improvisação são bastante frequentes.

Martha Grahan e Nijinski são os grandes revolucionários da dança dessa época. Serge Pavlovitch Diaglhilev, ou Nijinski, russo, mesmo não sendo um dançarino, criou condições míticas para a dança.

 Marta Grahan nos Estados Unidos na década de cinquenta criou uma nova maneira de dançar independente da música, baseando-se principalmente nos sentimentos que qualquer som pode provocar, abrindo espaço para todas as possibilidades da dança.

- Dança Contemporânea

A arte contemporânea é algo complexo de se explicar. É algo que não é previsível, é o novo, é a ruptura com aquilo que conhecemos como arte. Na dança, a contemporaneidade fica mais evidente, pois ela deixa de ter uma estrutura clara, preocupando-se mais com a transmissão de conceitos, ideias e sentimentos do que com a estética em si.

A dança contemporânea surgiu na década de 1960, como uma forma de protesto ou rompimento com a cultura clássica. Depois de um período de intensas inovações e experimentações, que muitas vezes beiravam a total desconstrução da arte, finalmente - na década de 1980 - a dança contemporânea começou a se definir, desenvolvendo uma linguagem própria. Os movimentos rompem com os movimentos clássicos e os movimentos da dança moderna, modifica o espaço, usando não só o palco como local de referência, mas todo e qualquer espaço e objeto ao redor.

A dança contemporânea é uma explosão de movimentos e criações, o bailarino escreve no tempo e no espaço conforme surgem e ressurgem ideias e emoções. Os temas refletem a sociedade e a cultura nas quais estamos inseridos, uma sociedade em mudança, são diversificados, abertos e pressupõem o diálogo entre o dançarino e o público. O corpo é mais livre, pois é dotado de maior autonomia.

A dança contemporânea é uma circulação de energia: ora explosiva, ora recolhida. A respiração, a alternância da tensão e do relaxamento em Martha Graham, o desequilíbrio e o jogo do corpo com a gravidade em D.Humphrey; E.Decroux faz trabalhar o diálogo da pele e do espaço retornando às origens do movimento.

A dança contemporânea não possui uma técnica única estabelecida, todos os tipos de pessoas podem praticá-la.


Fontes consultadas:
www.edukbr.com.br
www.brasilescola.com
mundodadanca1.blogspot.com
portfoliodedanca.hdfree.com.br

PUJADE-RENAUD, C. LINGUAGEM DO SILÊNCIO: Expressão Corporal. São Paulo: Editora Summus,1982.

SIQUEIRA, D. de C. O. CORPO, COMUNICAÇÃO E CULTURA: a dança contemporânea em cena. Campinas, SP: Autores Associados, 2006.

SANTOS, P. L. L. dos. ARTES. Curitiba, PR: IESDE, 2003. Acesso em: abr 2012.




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